O termo Delirium se refere ao diagnóstico clínico que engloba alteração da consciência, dificuldade de manter a atenção e prejuízo cognitivo de início agudo e flutuante.
Acontece em cerca de 30% dos idosos hospitalizados e tem relação direta com prejuízo permanente na memória, além de maior tempo de internamento e maior risco de morte. Alguns fatores já são bem conhecidos como precipitantes de Delirium, como idade avançada, alterações sensoriais, o próprio ambiente hospitalar e seus dispositivos invasivos, infecção, diagnóstico prévio de demência, alterações metabólicas e drogas.
Nos pacientes oncológicos, alguns fatores são mais frequentes e devem ser rastreados e prevenidos, como dor não controlada, anemia e hipoxemia e disfunção renal. Um estudo Romeno publicado em 2021 comprovou que Testes cognitivos alterados (MiniCog e Teste do Relógio), disfunção renal e dor severa estão associados com Delirium no pós operatório de idosos com câncer.
Desse modo, a avaliação pré operatória no idoso oncológico deve incluir abordagens com foco na prevenção de Delirium, incluindo rastreio cognitivo, avaliação laboratorial (checar anemia, função renal e eletrólitos), além de controle impecável da dor.
Durante o internamento, medidas ambientais como iluminação natural, presença de relógio e familiares, dispositivos sensoriais (próteses auditivas e óculos) e evitar dispositivos invasivos são extremamente importante para a prevenção e tratamento do Delirium.
O tratamento medicamentoso é restrito para casos de agitação grave e se baseia no uso de antipsicóticos em baixas doses.
@dra.mariamagalhaes